ESPAÇOS
Esse post faz parte de uma conquista da minha lista do impossível (coisas que quero fazer antes de morrer).
É um resumo da viagem de bicicleta que marcou a minha vida e me fez acreditar que para cada pessoa má no mundo, existem várias outras que querem o bem do seu próximo. Me fez acreditar novamente no amor, ter a certeza de que não é preciso ter muito para viver e descobrir na prática que devagar se chega longe.
A viagem teve início no mês de maio do ano de 2016, durou 27 dias, e foi sem destino, simplesmente pedalar até onde desse para ir. No final foram mais de 1000km percorridos, novas amizades, experiências marcantes e muito autoconhecimento. Pretendo adicionar aos poucos as lembranças através das fotos que capturei e aproveitar para relembrar, puxar no fundo da memória os detalhes de cada momento que vivi.
O motivo?
Bem… eu jamais conseguiria explica para você todos os sentimentos que estava vivendo meses antes de sair por aí, mas acredito que você vai entender ouvindo esta obra-prima do Cartola, Preciso me encontrar. Em especial a versão do Sons de Saturno que infelizmente não conhecia em 2016 (as outras duas fizeram parte da minha playlist).
Os preparativos
Como fazer uma viagem longa de bicicleta sem ter bicicleta? Sem nunca ter acampado sozinho e sem tem equipamentos?
Foram vários meses pensando em tudo, fazendo listas e mais listas do que não poderia faltar e comprando os equipamentos. A bicicleta foi a primeira compra, e se era para ser radical, teria que ser com uma bicicleta reformada (até porque eu não tinha dinheiro para comprar uma nova). Entrei em contato com meu amigo e perguntei se ele me venderia a Caloi 10 reformada que estava parada há algum tempo em sua garagem. Alguns dias depois e com menos R$500 no bolso, eu estava com a bicicleta em casa. Reformei ela inteira, pintei da cor que mais me representava e comecei a treinar para ver se ela daria conta do recado.
DIA 1 – São José dos Campos – SP
Depois de fazer várias compras no Mercado Livre e visitar centenas de vezes a loja Decathlon da minha cidade, chegou o dia de partir. Dias antes eu havia decidido que a viagem seria sentido Sul e o máximo possível pelo litoral, mas a minha mente ainda me perturbava com as seguintes questões:
Até onde eu vou? Onde vou dormir a primeira noite? Será que estou fazendo o certo? Por que estou fazendo isso?
Um dia antes da viagem fui surpreendido por um amigo quando disse que iria me acompanhar até a cidade de Paraibuna. Gostei muito dessa notícia, foi muito bom saber que logo no primeiro dia eu teria companhia e incentivo para seguir. Saímos logo cedo e nos primeiros quilômetros percebi que estava levando muito peso, a bicicleta estava tão instável que eu sentia o quadro envergando, era horrível a sensação de andar assim. Depois de muito esforço chegamos à Paraibuna, nos despedimos e eu resolvi ficar por ali mesmo, não iria conseguir continuar com o peso até Caraguatatuba. Procurei algum lugar para dormir pelo Google Maps no celular e encontrei um pesqueiro. Mais alguns km’s pedalados e pronto! Montei minha casa (ainda sem saber que não se coloca lona por baixo), fiz meu jantar e venci o primeiro dia.
Aos poucos vou atualizando detalhes dos outros dias, mas as fotos estão aí.
Para muitos, é impossível passar por onde passei com uma Caloi 10 reformada.
Mas… o impossível é questão de opinião 😉
Vídeo resumo da viagem
Mais fotos …